quarta-feira, 18 de maio de 2011

As palavras

Gosto muitíssimo dessa música, apesar de ter acabado de conhecê-la. O momento dela na novela (confesso que estou assistindo...) também é muito significativo.


As palavras saem quase sem querer,
Rezam por nós dois.
Tome conta do que vai dizer.
Elas estão dentro dos meus olhos
Da minha boca, dos meus ombros
Se quiser ouvir
É fácil perceber

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração

Tentei
Rasguei sua alma e pus no fogo
Não assoprei
Não relutei
Os buracos que eu cavei
Não quis rever
Mas o amargo delas resvalou em mim
Não me deu direito de viver em paz
Estou aqui para te pedir perdão

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração

As palavras fogem
Se você deixar
O impacto é grande demais
Cidades inteiras nascem a partir daí
Violentam, enlouquecem ou me fazem dormir
Adoecem, curam ou me dão limites
Vá com carinho no que vai dizer

Não me acerte
Não me cerque
Me dê absolvição
Faça luz onde há involução
Escolha os versos para ser meu bem e não ser meu mal
Reabilite o meu coração


Vamos ver o que acontecerá na tevê e na novela da minha vida...

terça-feira, 17 de maio de 2011

Eu pensei e...



"Eu tenho vontade de te dizer tantas coisas, mas tenho medo de como será depois."


"E somos eu e você, e todas as pessoas e Eu não sei porque não consigo tirar meus olhos de você..."


"Eu não quero que tu vires apenas uma lembrança, como o resto. Porque você é diferente deles."



“O amor verdadeiro tem destas coisas: não se explica, não se controla, não se racionaliza, simplesmente toma conta.” Martha Medeiros


"Aprendi a nunca desistir sempre q levo uma queda. Aprendi a nunca negar quem eu sou. Aprendi q amigos valem muito. Estou aprendendo a viver."


"You know what's wrong with you, Miss Whoever-you-are? You're chicken, you've got no guts. You're afraid to stick out your chin and say, "Okay, life's a fact, people do fall in love, people do belong to each other, because that's the only chance anybody's got for real happiness." You call yourself a free spirit, a "wild thing," and you're terrified somebody's gonna stick you in a cage. Well baby, you're already in that cage. You built it yourself. And it's not bounded in the west by Tulip, Texas, or in the east by Somali-land. It's wherever you go. Because no matter where you run, you just end up running into yourself."

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Ele me faz feliz

Ele me faz feliz

Sem precisar de beleza, voz grossa, roupas incríveis mostrando um corpo fantástico. Sem falar que me ama dez vezes por dia, sem na verdade vê-lo mais que duas vezes por semana, sem ouvir todos os elogios à minha beleza natural e à que eu construí para ele, com muito esforço. Sem me dar chocolates, se bem que eu adoraria, ou flores, ou pelo menos um bom-dia todos os dias.

Ele não precisa de nada disso.

Ele existe sim, no mundo dos humanos. E ainda mais no meu mundo. Confesso que posso ter criado um protótipo de homem ideal, e imaginado que ele caiba no modelo. Ma seu sei que ele cabe, porque posso ler em seus olhos, em seus gestos.

E eu também sei que ele sente por mim tanto ou mais que eu por ele, porque essas coisas não precisam ser ditas, mas sentidas. E penso que é só chegar perto de nós dois, quando estamos juntos, para perceber. Eu percebi depois de um tempo, e não acreditei.

Me lembro de rir de mim mesma, quando vi que os seus olhos eram como os de Colin Firth, um pouco mais verdes. Os olhos que me tiram o sono, e me refletem como um espelho. Mas um espelho onde nunca me sinto feia. E ele também não me vê feia, pelo contrário. Tenho feito ele sofrer um pouco de tanto olhar.

E gosto disso.

Pode ser que isso um dia passe, que eu esteja enganada. mas nunca esquecerei que um dia, existiu uma pessoa que fez eu me sentir bela, amada, pelo que realmente sou. E sem dizer uma palavra.

OH MY LORD!!! COLIN FIRTH!!!


AH!!! UM DIA EU CASO!!!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Não deixe acabar - by Bruna Vieira



Segure firme minha cintura, passe os dedos sobre os meus lábios e diga que ama todos os meus defeitos – até aquele. Faça eu escutar nossa música dezenas de vezes sem perceber e finja que eu nunca desliguei o telefone na sua cara. Ame a cor do meu batom e nunca tenha receio de tirá-lo. Seja o forte o suficiente para me segurar quando eu quiser te bater, me acalme com um beijo – nojento – de novela. Sorria sempre.

Não tente me entender, tento isso a dezoito anos e a única coisa que consegui fazer. Finja que não se importa com a minha maneira louca de ver as coisas, ame isso.

Siga-me enquanto eu caminho sem destino por aí com o fone de ouvido no último volume fingindo ser a garota mais interessante da cidade. Acredite nisso.

Não espere demais de mim, eu costumo a fugir quando fazem isso.
Enquanto eu não deixo a angustia transbordar, desligue o fogo.
Faça nunca parar de ferver.
Queime comigo.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

O ser atleticano


O "Ser Atleticano"
(Roberto Drummond)

O atleticano é diferente de qualquer outro torcedor
É diferente, pois não se restringe a ser
Somente torcedor
Ser atleticano é como casamento
Na saúde e na doença
Nas alegrias e nas tristezas
Mesmo quando a doença parece não ir
E as tristezas teimam em permanecer
O atleticano é capaz de
Após uma derrota humilhante
Pegar a camisa no armário
E sair às ruas
Mesmo sendo alvo de piadas
Isso por que o atleticano não torce por um time
Torce por uma nação
E tal qual em uma guerra
Um cidadão não renega um país
Mesmo que a derrota seja grande
O atleticano apóia seu time na derrota
Pois os obstáculos engrandecem
Seu sentimento de nacionalismo
E que me perdoem os que têm apenas títulos
Claro que são importantes
Mas o atleticano tem algo que os outros nunca terão
Tem paixão!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Clara e Francisco - mais que amor a Deus?






Pois é, nesse blog falarei um pouquinho da minha religião também...






Sou católica praticante e dois dos meus santos de devoção têm uma relação digna de estudos. Santa Clara seguiu em tudo a São Francisco, por amor a Cristo. Mas será que era só isso mesmo?






Aqui vai um artigo interessante que vi na Canção Nova, enquanto não encontro em mim mesma uma resposta!






Francisco e Clara,

Dois enamorados, mas de quem?
Fez-se comum falar da amizade entre Clara e Francisco em termos de amor humano. Em seu conhecido ensaio sobre apaixonar-se e amar, Francisco Alberoni escreve que «a relação entre Santa Clara e São Francisco tem todas as características de um enamoramento transferido (ou sublimado) à divindade». «Francisco e Clara», de Fabrizio Costa, a série televisiva transmitida em Rai Uno nos dias 6 e 7 de outubro, melhor talvez que «Irmão Sol e Irmã Lua», de Zeffirelli, soube evitar esta alusão ao romântico, sem tirar nada da beleza também humana de um encontro assim.
Como qualquer homem, ainda que seja santo, Francisco pode ter experimentado a atração pela mulher e o sexo. As fontes referem que para vencer uma tentação deste tipo, uma vez, o santo se jogou em pleno inverno na neve. Mas não se tratava de Clara! Quando entre um homem e uma mulher há união em Deus, se é autêntica, exclui toda atração de tipo erótico, sem que exista sequer luta. É como refugiar-se. É outro tipo de relação. Entre Clara e Francisco havia certamente um fortíssimo vínculo também humano, mas de tipo paterno e filial, não esponsal. Francisco chamava Clara de sua «plantinha», e Clara chamava Francisco de «nosso pai».
O entendimento extraordinariamente profundo entre Francisco e Clara que caracteriza a epopéia franciscana não vem «da carne e do sangue». Não é, por exemplo, igualmente célebre, como aquele entre Heloísa e Abelardo. Se assim tivesse sido, teria deixado talvez uma marca na literatura, mas não na história da santidade. Com uma conhecida expressão de Goethe, poderíamos chamar a de Francisco e Clara uma «afinidade eletiva», com a condição de entender «eletiva» não só no sentido de pessoas que se elegeram reciprocamente, mas no sentido de pessoas que realizaram a mesma eleição.
Antoine de Saint-Exupéry escreveu que «amar não quer dizer olhar um ao outro, mas olhar juntos na mesma direção». Clara e Francisco na verdade não passaram a vida olhando um ao outro, estando bem juntos.
Trocaram pouquíssimas palavras, quase só as referidas nas fontes. Havia uma estupenda discrição entre eles, tanta que o santo, às vezes, era amavelmente reprovado por seus irmãos por ser demasiado duro com Clara.
Só ao final da vida vemos atenuar este rigor nas relações e Francisco buscar cada vez com maior freqüência consolo e confirmação junto a sua «Plantinha». É em São Damião onde se refugia próximo à morte, devorado por enfermidades, e está perto dela quando entoa o canto de Irmão Sol e Irmã Lua, com aquele elogio de «Irmã Água», «útil e humilde e preciosa e casta», que parece ter escrito pensando em Clara.
Em lugar de olhar um ao outro, Clara e Francisco olharam na mesma direção. E se sabe qual foi para eles esta «direção». Clara e Francisco eram como olhos que olham sempre na mesma direção. Dois olhares que contemplam o objeto desde ângulos diversos dão profundidade, relevância ao objeto, permitem «envolvê-lo» com o olhar. Assim foi para Clara e Francisco. Contemplaram o mesmo Deus, o mesmo Senhor Jesus, o mesmo Crucificado, a mesma Eucaristia, mas desde «ângulos» diferentes, com dons e sensibilidade próprios: os masculinos e os femininos. Juntos perceberam mais do que teriam podido fazer dois Franciscos e duas Claras.
Se existe uma lacuna na série sobre Francisco e Clara é talvez a insuficiente relevância prestada à oração, e com ela à dimensão sobrenatural de suas vidas. Uma lacuna provavelmente inevitável quando a vida dos santos se leva à tela. A oração é silêncio, quietude, solidão, enquanto que a palavra «cinema» vem do grego kinema, que significa movimento! A exceção é o filme «O grande silêncio» sobre a vida dos cartuchos, mas não resistiria na pequena tela.
No passado se tendia a apresentar a personalidade de Clara demasiado subordinada à de Francisco, precisamente como a «irmã Lua» que vive do reflexo da luz do «irmão Sol». O exemplo neste sentido é o livro publicado no verão passado sobre «a amizade entre Francisco e Clara» (John M. Sweeney, the Friendship of Francis and Clare of Assisi, Paraclete Press 2007).
Tanto mais é de elogiar, na série televisiva, a eleição de apresentar Francisco e Clara como duas vidas paralelas, que se entrecruzam e se desenvolvem em sincronia, com igual espaço dado a um e outro. É a primeira vez que ocorre desta forma. Isso responde à sensibilidade atual orientada a evidenciar a importância da presença feminina na história, mas em nosso caso corresponde à realidade e não é algo forçado.
A cena que mais me impactou ao ver a pré-estréia de «Francisco e Clara» é a inicial, emblemática, uma espécie de chave de leitura de toda a história. Francisco caminha em um prado, Clara o segue introduzindo seus pés, quase brincando, nas pegadas que Francisco deixa, e, diante da pergunta dele: «Estás seguindo minhas pegadas?», responde luminosa: «Não, outras muito mais profundas».

Seja verdadeiro com você, já dizia Jesse J

Eu fico olhando para meu reflexo no espelho
Porque estou fazendo isso comigo mesma?
Perdendo minha cabeça em um pequeno erro
Eu estava perto de deixar meu verdadeiro eu na prateleira
Não, não, não, não

Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Tudo bem, não vai dar certo
Às vezes é difícil
Seguir seu coração
Mas as lágrimas não significam que você está se perdendo
Todo mundo se machuca
Não há nada errado com quem você é

(Quem você é, quem você é, quem você é.) 4x

Escovando meu cabelo, pareço perfeita?
Esqueci o que fazer para se encaixar no molde
Quanto mais eu tento, menos isso funciona
Porque tudo dentro de mim grita: não, não, não, não, não, não, não

Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Tudo bem, não vai dar certo
Às vezes é difícil seguir seu coração
Mas as lágrimas não significam que você está se perdendo
Todo mundo se machuca
Não há nada errado com quem você é

Sim, não, egos
Falsos se mostram como uma explosão
Apenas vá e me deixe sozinha
Discussão real, vida real, boa sorte, boa noite
Com um sorriso ...
Essa é a minha casa, yeah
Essa é a minha casa ...

(ponte)

Não, não, não, não, não...
Não perca quem você é no borrão das estrelas
Ver é enganar, sonhar é acreditar
Tudo bem não vai dar certo
Às vezes é difícil seguir seu coração
Mas as lágrimas não significam que você está se perdendo
Todo mundo se machuca
Basta ser verdadeiro com quem você é

Sim, sim...

As complicações do amor

Tem uma coisa que não consigo entender. Por que alguns caras se afastam de nós, amigas deles, quando começam a namorar, principalmente aqueles que sabíamos ter algum interesse. Isso para mim só demonstra que o interesse continua firme e forte, certo?

Não acredito que para me dar bem com um suposto relacionamento tenha de evitar a amizade de pessoas que foram tão importantes para mim até aquele omento. Vejo como infantilidade.




Outra coisa comum em minha vida, mas mesmo asim incompreesível, é o amor platônico. Co mtantos caras legais no mundo, vamos sempre gostar daquele que não podemos ter. Ninguém se compara. É pior ainda quando ele já está comprometido com outros ideais de vida, que não nos incluem.

Essa música da série "Sueña conmigo" é bem enfática nesse ponto, pelo menos para mim!!
http://www.youtube.com/watch?v=YKrXynRiZl8


SI PUDIERA

Como la luna sin sol
Como la musica sin el silencio
Como los sueños sin amor
Como querer caminar sin suelo

Siento que nada soy
Nada solo un adios.

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera ser parte de tu cielo
Si pudieras confiar,vencer el miedo
Si pudiera llevarte a volar.

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera curarte las heridas
Si pudiera sentir que a pesar de los dos
Ya soy parte de tu vida
Siento que nada soy.

Como el placer son dolor
Como la luz sin la oscuridad
Como forzar el amor
Como la risa sin lagrimas

Siento que nada soy,
Nada solo un adios.

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera ser parte de tu cielo
Si pudieras confiar,vencer el miedo
Si pudiera llevarte a volar.

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera curarte las heridas
Si pudiera sentir que a pesar de los dos
Ya soy parte de tu vida

Ooooh
Oooooh Oooooh Oooooh

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera ser parte de tu cielo
Si pudieras confiar,vencer el miedo
Si pudiera llevarte a volar.

Si pudiera entregarte mi amor
Si pudiera curarte las heridas
Si pudiera sentir que a pesar de los dos
Ya soy parte de tu vida
Whoa-ooO


Vamos ver até quando persistirei no mesmo erro!!!










quarta-feira, 4 de maio de 2011

Parabéns às minhas amigas



Hoje quero dar parabéns a duas amigas que aniversariam no mês de maio. Com cada uma tenho uma relação diferente, mas cresço bastante também. São pessoas diferentes, que não se conhecem, e chamam atenção pela originalidade em viver - e ser feliz.


Airam, que aniversaria hoje, uma grande amiga de van que eu tenho. Uma pessoa realmente fascinante, com seu estilo rocker de viver, mas um coraçao doce e delicado por dentro. Confesso que morria de ciúmes da amizade dela com a Jéssica, queria partipar de tudo que faziam. Até que enxerguei que a verdadeira amizade ultrapassa esses detalhezinhos materiais, terrenos, Ela sempre entendeu meus conflitos internos, apesar de que os dela eram muito piores, meus amores impossíveis... E mesmo longe eu sei que tenho uma amiga de verdade, que vai sempre me ouvir.


A Ana Gabriela, que aniversaria esse mês, também ganha homenagem. E mais que merecidas. Não somos amigas de longa data, não falamos da nossa vida, mas nela eu vejo uma faceta de felicidade que eu gosto de sentir. As sapatilhas maravilhosamente prateadas, o lindo colar de pérolas, os vestidos e sapatilhas fofos, a agenda bíblica em inglês mais linda que eu já vi, o jeitinho particular de pronunciar as palavras que dá vontade em qualquer um de ser aluno dela. A inteligência, responsabilidade e jeito para escrever, a atenção em lembrar o aniversário de todos os amigos.. Eu realmente espero que possamos ser amigas para sempre, daquelas com uma bengalinha e tomando chá das cinco, rindo dos pequenos detalhes que tornam nossa vida mais feliz. Que sejamos como aquelas comadres antigas, chiques, vintage, e felizes. E que tenhamos uma à outra, sempre!!!


Um grande beijo para as duas!!!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

A bela homilia de beatificação, para começar

Amados irmãos e irmãs,

passaram já seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta Praça para celebrar o funeral do Papa João Paulo II. Então, se a tristeza pela sua perda era profunda, maior ainda se revelava a sensação de que uma graça imensa envolvia Roma e o mundo inteiro: graça esta, que era como que o fruto da vida inteira do meu amado Predecessor, especialmente do seu testemunho no sofrimento. Já naquele dia sentíamos pairar o perfume da sua santidade, tendo o Povo de Deus manifestado de muitas maneiras a sua veneração por ele. Por isso, quis que a sua Causa de Beatificação pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade. E o dia esperado chegou! Chegou depressa, porque assim aprouve ao Senhor: João Paulo II é Beato!

Desejo dirigir a minha cordial saudação a todos vós que, nesta circunstância feliz, vos reunistes, tão numerosos, aqui em Roma vindos de todos os cantos do mundo: cardeais, patriarcas das Igrejas Católicas Orientais, irmãos no episcopado e no sacerdócio, delegações oficiais, embaixadores e autoridades, pessoas consagradas e fiéis leigos; esta minha saudação estende-se também a quantos estão unidos conosco através do rádio e da televisão.

Estamos no segundo domingo de Páscoa, que o Beato João Paulo II quis intitular Domingo da Divina Misericórdia. Por isso, se escolhi esta data para a presente celebração, foi porque o meu Predecessor, por um desígnio providencial, entregou o seu espírito a Deus justamente ao anoitecer da vigília de tal ocorrência. Além disso, hoje tem início o mês de Maio, o mês de Maria; e neste dia celebra-se também a memória de São José operário. Todos estes elementos concorrem para enriquecer a nossa oração; servem-nos de ajuda, a nós que ainda peregrinamos no tempo e no espaço; no Céu, a festa entre os Anjos e os Santos é muito diferente! E todavia Deus é um só, e um só é Cristo Senhor que, como uma ponte, une a terra e o Céu, e neste momento sentimo-lo muito perto, sentimo-nos quase participantes da liturgia celeste.

"Felizes os que acreditam sem terem visto" (Jo 20, 29). No Evangelho de hoje, Jesus pronuncia esta bem-aventurança: a bem-aventurança da fé. Ela chama de modo particular a nossa atenção, porque estamos reunidos justamente para celebrar uma Beatificação e, mais ainda, porque o Beato hoje proclamado é um Papa, um Sucessor de Pedro, chamado a confirmar os irmãos na fé. João Paulo II é Beato pela sua forte e generosa fé apostólica. E isto traz imediatamente à memória outra bem-aventurança: "Feliz de ti, Simão, filho de Jonas, porque não foram a carne e o sangue que to revelaram, mas sim meu Pai que está nos Céus" (Mt 16, 17). O que é que o Pai celeste revelou a Simão? Que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus vivo. Por esta fé, Simão se torna "Pedro", rocha sobre a qual Jesus pode edificar a sua Igreja. A bem-aventurança eterna de João Paulo II, que a Igreja tem a alegria de proclamar hoje, está inteiramente contida nestas palavras de Cristo: "Feliz de ti, Simão" e "felizes os que acreditam sem terem visto". É a bem-aventurança da fé, cujo dom também João Paulo II recebeu de Deus Pai para a edificação da Igreja de Cristo.

Entretanto perpassa pelo nosso pensamento mais uma bem-aventurança que, no Evangelho, precede todas as outras. É a bem-aventurança da Virgem Maria, a Mãe do Redentor. A Ela, que acabava de conceber Jesus no seu ventre, diz Santa Isabel: "Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor" (Lc 1, 45). A bem-aventurança da fé tem o seu modelo em Maria, pelo que a todos nos enche de alegria o fato de a beatificação de João Paulo II ter lugar no primeiro dia deste mês mariano, sob o olhar materno d’Aquela que, com a sua fé, sustentou a fé dos Apóstolos e não cessa de sustentar a fé dos seus sucessores, especialmente de quantos são chamados a sentar-se na cátedra de Pedro. Nas narrações da ressurreição de Cristo, Maria não aparece, mas a sua presença pressente-se em toda a parte: é a Mãe, a quem Jesus confiou cada um dos discípulos e toda a comunidade. De forma particular, notamos que a presença real e materna de Maria aparece assinalada por São João e São Lucas nos contextos que precedem tanto o Evangelho como a primeira Leitura de hoje: na narração da morte de Jesus, onde Maria aparece aos pés da Cruz (Jo 19, 25); e, no começo dos Atos dos Apóstolos, que a apresentam no meio dos discípulos reunidos em oração no Cenáculo (Act 1, 14).

Também a segunda Leitura de hoje nos fala da fé, e é justamente São Pedro que escreve, cheio de entusiasmo espiritual, indicando aos recém-batizados as razões da sua esperança e da sua alegria. Apraz-me observar que nesta passagem, situada na parte inicial da sua Primeira Carta, Pedro exprime-se não no modo exortativo, mas indicativo. De fato, escreve: «Isto vos enche de alegria»; e acrescenta: «Vós amais Jesus Cristo sem O terdes conhecido, e, como n’Ele acreditais sem O verdes ainda, estais cheios de alegria indescritível e plena de glória, por irdes alcançar o fim da vossa fé: a salvação das vossas almas» (1 Ped 1, 6.8-9). Está tudo no indicativo, porque existe uma nova realidade, gerada pela ressurreição de Cristo, uma realidade que nos é acessível pela fé. "Esta é uma obra admirável – diz o Salmo (118, 23) – que o Senhor realizou aos nossos olhos", os olhos da fé.

Queridos irmãos e irmãs, hoje diante dos nossos olhos brilha, na plena luz de Cristo ressuscitado, a amada e venerada figura de João Paulo II. Hoje, o seu nome junta-se à série dos Santos e Beatos que ele mesmo proclamou durante os seus quase 27 anos de pontificado, lembrando com vigor a vocação universal à medida alta da vida cristã, à santidade, como afirma a Constituição conciliar Lumem gentium sobre a Igreja. Os membros do Povo de Deus – bispos, sacerdotes, diáconos, fiéis leigos, religiosos e religiosas – todos nós estamos a caminho da Pátria celeste, tendo-nos precedido a Virgem Maria, associada de modo singular e perfeito ao mistério de Cristo e da Igreja. Karol Wojtyła, primeiro como Bispo Auxiliar e depois como Arcebispo de Cracóvia, participou no Concílio Vaticano II e bem sabia que dedicar a Maria o último capítulo da Constituição sobre a Igreja significava colocar a Mãe do Redentor como imagem e modelo de santidade para todo o cristão e para a Igreja inteira. Foi esta visão teológica que o Beato João Paulo II descobriu na sua juventude, tendo-a depois conservado e aprofundado durante toda a vida; uma visão, que se resume no ícone bíblico de Cristo crucificado com Maria ao pé da Cruz. Um ícone que se encontra no Evangelho de João (19, 25-27) e está sintetizado nas armas episcopais e, depois, papais de Karol Wojtyła: uma cruz de ouro, um "M" na parte inferior direita e o lema "Totus tuus", que corresponde à conhecida frase de São Luís Maria Grignion de Monfort, na qual Karol Wojtyła encontrou um princípio fundamental para a sua vida: "Totus tuus ego sum et omnia mea tua sunt. Accipio Te in mea omnia. Praebe mihi cor tuum, Maria – Sou todo vosso e tudo o que possuo é vosso. Tomo-vos como toda a minha riqueza. Dai-me o vosso coração, ó Maria" (Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, n. 266).

No seu Testamento, o novo Beato deixou escrito: "Quando, no dia 16 de Outubro de 1978, o conclave dos cardeais escolheu João Paulo II, o Card. Stefan Wyszyński, Primaz da Polónia, disse-me: 'A missão do novo Papa será a de introduzir a Igreja no Terceiro Milênio'". E acrescenta: "Desejo mais uma vez agradecer ao Espírito Santo pelo grande dom do Concílio Vaticano II, do qual me sinto devedor, juntamente com toda a Igreja e sobretudo o episcopado. Estou convencido de que será concedido ainda por muito tempo, às sucessivas gerações, haurir das riquezas que este Concílio do século XX nos prodigalizou. Como Bispo que participou no evento conciliar, desde o primeiro ao último dia, desejo confiar este grande patrimônio a todos aqueles que são, e serão, chamados a realizá-lo. Pela minha parte, agradeço ao Pastor eterno que me permitiu servir esta grandíssima causa ao longo de todos os anos do meu pontificado". E qual é esta causa? É a mesma que João Paulo II enunciou na sua primeira Missa solene, na Praça de São Pedro, com estas palavras memoráveis: "Não tenhais medo! Abri, melhor, escancarai as portas a Cristo!". Aquilo que o Papa recém-eleito pedia a todos, começou, ele mesmo, a fazê-lo: abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo, com a força de um gigante – força que lhe vinha de Deus –, uma tendência que parecia irreversível. Com o seu testemunho de fé, de amor e de coragem apostólica, acompanhado por uma grande sensibilidade humana, este filho exemplar da Nação Polaca ajudou os cristãos de todo o mundo a não ter medo de se dizerem cristãos, de pertencerem à Igreja, de falarem do Evangelho. Numa palavra, ajudou-nos a não ter medo da verdade, porque a verdade é garantia de liberdade. Sintetizando ainda mais: deu-nos novamente a força de crer em Cristo, porque Cristo é o Redentor do homem Redemptor hominis: foi este o tema da sua primeira Encíclica e o fio condutor de todas as outras.

Karol Wojtyła subiu ao sólio de Pedro trazendo consigo a sua reflexão profunda sobre a confrontação entre o marxismo e o cristianismo, centrada no homem. A sua mensagem foi esta: o homem é o caminho da Igreja, e Cristo é o caminho do homem. Com esta mensagem, que é a grande herança do Concílio Vaticano II e do seu "timoneiro" – o Servo de Deus Papa Paulo VI –, João Paulo II foi o guia do Povo de Deus ao cruzar o limiar do Terceiro Milênio, que ele pôde, justamente graças a Cristo, chamar "limiar da esperança". Na verdade, através do longo caminho de preparação para o Grande Jubileu, ele conferiu ao cristianismo uma renovada orientação para o futuro, o futuro de Deus, que é transcendente relativamente à história, mas incide na história. Aquela carga de esperança que de certo modo fora cedida ao marxismo e à ideologia do progresso, João Paulo II legitimamente reivindicou-a para o cristianismo, restituindo-lhe a fisionomia autêntica da esperança, que se deve viver na história com um espírito de "advento", numa existência pessoal e comunitária orientada para Cristo, plenitude do homem e realização das suas expectativas de justiça e de paz.

Por fim, quero agradecer a Deus também a experiência de colaboração pessoal que me concedeu ter longamente com o Beato Papa João Paulo II. Se antes já tinha tido possibilidades de o conhecer e estimar, desde 1982, quando me chamou a Roma como Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, pude durante 23 anos permanecer junto dele crescendo sempre mais a minha veneração pela sua pessoa. O meu serviço foi sustentado pela sua profundidade espiritual, pela riqueza das suas intuições. Sempre me impressionou e edificou o exemplo da sua oração: entranhava-se no encontro com Deus, inclusive no meio das mais variadas incumbências do seu ministério. E, depois, impressionou-me o seu testemunho no sofrimento: pouco a pouco o Senhor foi-o despojando de tudo, mas permaneceu sempre uma "rocha", como Cristo o quis. A sua humildade profunda, enraizada na união íntima com Cristo, permitiu-lhe continuar a guiar a Igreja e a dar ao mundo uma mensagem ainda mais eloquente, justamente no período em que as forças físicas definhavam. Assim, realizou de maneira extraordinária a vocação de todo o sacerdote e bispo: tornar-se um só com aquele Jesus que diariamente recebe e oferece na Eucaristia.

Feliz és tu, amado Papa João Paulo II, porque acreditaste! Continua do Céu – nós te pedimos – a sustentar a fé do Povo de Deus. Amém.